Após um suspiro, deixam escapar num quase
lamento... “Ah... No meu tempo!".
Ora, qual o tempo referido?
Em represália a essa prece retrógrada, apresento
meu argumento: Razoavelmente pondero: Não existe esse tempo
requerido. O tempo passado pode servir apenas para amparar as
saudades. Se ele trouxe a tristeza das perdas em vários segmentos,
paradoxalmente ele concedeu credenciais para não voltar. O tempo
presente é o agora. Mesmo sob o jugo da morte, ainda assim restaria
o álibi do tempo, que embora não permita interrupção, guarda uma brecha onde pode-se trabalhar para mudar o destino da história. Esses conceitos reacionários surgem a partir de
uma incompetência em conviver com o inexorável. Não se pode
escapar ileso das transformações. Não se atravessa incólume às mutações impostas na cadência das horas. Há que se compreender a implacabilidade das rugas e o ônus das peças desgastadas. Mesmo que seja reinventando-se em outras possibilidades, em novas medidas e outras melancolias. Esse modelo antigo de busca às reminiscências só se sustenta com a adesão de voluntários à uma causa que o giro do relógio já proferiu a sentença.
Vamos ser atemporais! Acatar com dignidade o peso
do relógio. Combater a nostalgia do que não se pode recuperar.
Rasgar estatutos. Promover adendos no contrato previamente
sancionado, incorporar dispositivos que ressalvem o direito de rever.
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