Antes de conseguir traduzir o significado daquele inseto verde, grandes antenas, olhos protuberantes e estranhos, asas inquietas e petulantes (aos meus olhos um alienígena), pisei na sua cabeça e dilacerei suas patas. Interpretar naquele bicho sorte e bons presságios foi naquele momento inconcebível. Meu álibi: Era assustador para uma criança.
Atrevida e inconveniente, em sobrevoo desajeitado pousou inadvertidamente sobre as minhas pernas. Sondado pelo sadismo pouco observado nas crianças, investi contra o estrangeiro e exterminei com a aflição que me causava.
Pezinhos incipientes marcham furiosos sobre o intruso. Ouve-se como um estalar de ossos. Um imaginário esqueleto frágil, desmanchado. Sob o piso marmoreado esparrama-se junto com a vítima, minha culpa e um prazer cruel, egoísta, mórbido (quase compreendo a mente dos assassinos). Por breves segundos senti um estranho poder, um naco de imortalidade. Aquele corpo tênue e franzino dificultava o meu toque descuidado. Crianças gostam do sentir pelo tato. Além dos estímulos visuais precisam do contato físico.
Irritado pela coordenação descoordenada das mãos, pela impotência de não tê-la caprichosamente na palma da mão, covardemente a abati.
Ao usar esse texto para representar meu eu incompleto, fico imaginando a infinidade de esperanças que pisoteamos, na vaidade que alimentamos para engordar o ego em queda constante.
Ainda cresço... E, uma vez grande, alcançarei outras alturas.
Olá Jair!!!
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Deus te guarde
Abração
Beto
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