Poderia ter ajoelhado e pedido perdão pelos goles exagerados, pelo gosto pronunciado de cana. Confesso a prática delituosa, quando fui cúmplice na prova de vinhos, caipirinhas, vodkas, amarulas e cervejas. Não quero fazer apologia às madrugadas em transas enfurecidas, usando o subterfúgio da alteração do álcool, para não lembrar com quem dividi a cama e o vapor das gotas etílicas de suor.
Foi apenas um detalhe, que para mim nunca teve importância.
Na mesa redonda masculina, onde se estabelece a convenção do happy hour, além do futebol e seus desdobramentos as mulheres também participam. Lembro às enciumadas, que os verbos “falar” e “comer” estão associados erroneamente apenas aos comentários maldosos e vulgares do sexo oposto. Somos bobos sim, crianças enfastiadas que se valem dos momentos leves do relaxamento para exorcizar demônios graúdos e monstros inofensivos, quando anestesiados.
O pescoço chupado e as marcas impressas na pele poderiam ter sido desferidas no vagão do metrô, na Empresa, na rua de baixo...
O bar, foi puro e simplesmente um pretexto.
O bar, foi puro e simplesmente um pretexto.
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