Jaz na calçada da fama a estrela solitária. Sobre a matéria sobrevoa uma revoada de abutres – inebriados pelo cheiro do vil poder. No chão de estrelas são absorvidos fragmentos do astro incandescente e agora desfocado. O pequeno Michael foi vítima da sua genialidade.
O mitológico anjo negro sucumbiu ante o desejo de ser imortal. Não soube administrar a transição para o universo adulto. Foi sufocado pelos interesses egoístas e manipuladores.
Quando pequeno, foi coagido, tolhido, intimidado por um pai repressor e ditador. Não demonstrou um apetite voraz por uma coleção de carros importados, mas por um rancho decorado com um parque de diversões e pela fábula do Peter Pan.
À revelia dos escândalos de pedofilia e insatisfações com o seu retrato, não constam no seu prontuário vídeos ou provas irrefutáveis dos supostos delitos. Ainda as evidências se fortifiquem, o mito está eternizado.
Simplesmente morreu na tentativa desesperada de nascer de novo. Só dessa maneira (supostamente) ele poderia voltar a ser criança.
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