Tive uma conversa curiosa com a minha amiga Keyla – morena de olhos negros e espertos, beleza clássica, sorriso perfeito e contagiante, uma mulher suave.
Mesmo pela frieza das teclas e da parede da tela, interagimos e descobrimos partes do Deus que habita em nós.
Costumo brincar que o Henrique estaria ameaçado se não a tivesse levado ao altar. Contrário ao convencional, nosso encontro nunca envolveu cenas tórridas ou beijos lascivos. Sempre foi uma sociedade pautada na admiração, no respeito e na originalidade de novos conceitos.
Confesso que me surpreendi com os comentários sensivelmente lançados por ela...
Participou por quarenta e cinco dias ininterruptos, todas as manhãs, de visitas a uma pessoa bem próxima, num hospital psiquiátrico. O que me impressionou no relato foi a descrição ricamente elaborada.
Costumo brincar que o Henrique estaria ameaçado se não a tivesse levado ao altar. Contrário ao convencional, nosso encontro nunca envolveu cenas tórridas ou beijos lascivos. Sempre foi uma sociedade pautada na admiração, no respeito e na originalidade de novos conceitos.
Confesso que me surpreendi com os comentários sensivelmente lançados por ela...
Participou por quarenta e cinco dias ininterruptos, todas as manhãs, de visitas a uma pessoa bem próxima, num hospital psiquiátrico. O que me impressionou no relato foi a descrição ricamente elaborada.
Os detalhes observados às minúcias. Incluindo inclusive, uma fileira de formigas, infiltradas na sua lembrança, enquanto conversavam num banquinho, sob a sombra de uma árvore.
À época, como parte do grupo que administrava entre os negócios, o Hospital psiquiátrico, gozava de algumas regalias: Visitas em horários extraordinários, condução de alimentos sem restrição ao paciente... Ao contrário do que as regras a beneficiavam, preferia o tratamento dispensado a todos – sem exceção.
Comumente ouvia comentários estúpidos: Tenho medo desse lugar.
Ela ponderava e pensava: - Deveria ter medo do que se transformou.
Ao chegar à Unidade, se dirigia à recepção e aguardava atenta chegar a sua vez.
Uma moça vociferava ao microfone:
Paciente “x”, sua mãe na visita. Ou Paciente “x”, seu irmão na visita.
Essa é a rotina de quem acompanha de perto os fragilizados.
Em nenhum momento, ela ouviu o som de "AMIGO" à espera.
Essa revelação se abateu sobre as minhas concepções. Não questiono a conduta de quem anda próximo. Questiono, sobretudo a minha ação. Até que ponto o meu desprendimento e generosidade consistem em olhar o outro. Nesses pequenos detalhes é que o eixo da nossa relação se estabelece.
Keyla, não se afaste! preciso de você.
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