A tempestade deu uma trégua; ainda que
momentânea... Assim funciona a desconfiança: Entre a pacífica
segurança e os rompantes transtornados das suspeitas. Empilhados
sobre lágrimas, as vítimas, as tragédias e a autocomiseração.
Alegando depressão apela para o golpe baixo da chantagem emocional. Existem
nesses eventos de isolamento, um certo nível de baixa autoestima,
associado a uma necessidade de autoafirmação. É preciso chamar
atenção. Fazer-se presente. Deprimente amar uma vítima negativa e artificialmente fragilizada.
Mulheres extremamente possessivas e ciumentas
geralmente se doam em pelo menos 5% e cobram nada menos que 100%.
Essa desproporcionalidade se reflete na fuga e completo
desinteresse. Não é pela busca do veludo de outras peles. A monocromia exaustiva das crises é que estimulam a dicotomia de outras possibilidades. Busca-se acréscimos, aditivos, complementos.
Enganam-se as que assumem essa postura de sempre
buscar a parte que falta. O ser humano, na sua perfeição é
inteiro. A sensação de voo desajeitado, de ninho inacabado é apenas parte de um capricho criado para dividir com o outro a responsabilidade de ser feliz. A vida é muito maior que essas faíscas de dúvidas. Concordo que não fomos criados para viver em clausura. Precisamos compartilhar abraços, confiança, espaços. Nosso fôlego expande-se a outros ares que ultrapassam essa bolha escura onde não se avista um palmo além das obstinações. Ou do nariz.
Nos joelhos, as feridas diante do amor
irracionalmente aprisionado. Pulsos marcados pela dor e desespero,
diante da simples possibilidade de não mais possuir. O
egoísmo de conservar a qualquer preço o controle. Manter entre as mãos o objeto da
obsessão. A possessividade leva às suspeitas e a perda de si mesmo.
Ninguém está imune a olhar para o lado... E nesse olhar furtivo, corre-se o risco de enxergar-se capaz de ver o que não via.
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