Páginas

domingo, 28 de dezembro de 2014

O poder da renúncia


As oportunidades podem ser representadas como uma linha reta, com limite de velocidade e regras de ultrapassagem. De tão longas não permitem a visão do ponto de chegada. Tornam-se enfadonhas e entediantes para os resultados imediatos. Tudo aquilo que envolve espera e paciência, vemos com com certa resistência. O tempo de maturação é geralmente incompatível com as impetuosidades da pressa. 

 Tendemos a aderir aos desvios. No primeiro retorno dispõem-se alternativas que sugerem um trajeto mais divertido, mais lucrativo, menos austero e mais rápido. A simples ideia de transgredir já alimenta a fome do alcance. As sinuosidades e surpresas da estrada se aproximam do espírito de aventura. Nenhuma oportunidade condicionada ao longo prazo merece melhor avaliação por uma sociedade imediatista. Nada melhor que os atalhos para atenuar as supostas delongas.  

O assédio de novas possibilidades se projeta com argumentos suficientes para a mudança de rota. Dizer sim, nem sempre é avançar. Discordar, nem sempre é regredir.

                                                                        

     

     


Nenhum comentário:

Postar um comentário