Anos atrás, viajava conosco (amigos para sempre), um jovem magro e alto, cabelos revoltos e um apelo estranho com as mulheres. Sim, porque nunca compreendi ao certo que espécie de sedução ele possuía para conquistar todas as mulheres. Nunca consegui enxergar os atributos que o faziam brilhar perante as moças. Mas enfim... Minha visão era outra, e as motivações também. Juntos, repartimos saudáveis e inesquecíveis momentos, geralmente em viagens de aventura.
Tratava-se de um rapaz enigmático, envolvido numa vida torta. Talvez fosse usuário de entorpecentes ou mais, que os comercializasse. Afora este suposto perfil delituoso, nunca o condenamos nem o julgamos. Não nos cabe esta tarefa da sentença (quase sempre cruel para nosso estreito conhecimento). Foram muitos mergulhos impetuosos na busca da alegria. Jovens sonhadores que faziam do sorriso, uma gargalhada.
O Klaus, Fágner, Marcos e eu jamais fomos expostos a situações duvidosas. Nunca fomos envolvidos em qualquer dessas atividades, supostamente ilícitas. Gostávamos dele pela pureza, pela alegria, pela lealdade, pelo respeito aos nossos escrúpulos. Havia na sua “transgressão” uma ética que nunca consegui esquecer.
Tempos atrás, numa mesa de bar, fiquei sabendo da sua morte. Que pena! Aquele moleque irresponsavelmente brincalhão teria que tomar mais cuidado para viver. É tão estranho falar de cuidado para viver. Melhor acrescentar: pedir a Deus que acompanhe nossas escolhas e nos conceda oportunidades proporcionais ao nosso merecimento.
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