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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dias de trovão


Estou classificado na categoria de humano – cativo às de resoluções do destino.

Desconheço quem nunca sorveu o amargo de um dia de cão. Oscilamos momentos de euforia e porções de abatimento. Dias escuros, prenúncio de trovoadas, sol esquivo e entocado nas sombras da sua reserva. Decerto e inevitável o céu a seguir, apresentará novo brilho ao opaco e espesso material de bronze.

Acordo em desacordo, irritado, certezas enviesadas, planos estilhaçados, alegrias distantes.

Otimismo ausente e cores pálidas, justamente nesse dia, envolvem o meu contundente enforcamento.

Ressurgem ferimentos ainda abertos – lesões teimosas e reincidentes, tecidos necrosados. Os meus argumentos parecem pisoteados, descorados e cadavéricos... Golpes imaginários são desferidos e atingem partículas do pó em que me materializei. No hiato dessa lacuna em branco residem os sabores do futuro.

Lá fora, nuvens escuras simulam um dilúvio. Muitas obesas, fora do peso, mal humoradas e atrapalhadas – esbarram-se umas contra as outras, irritando a atmosfera e provocando a ira dos raios e trovões. Relâmpagos sibilam e cortam o ar em sinal de irritação.

Deveria ser amparado por Deus, mas falando nisso, onde o encontro?

(...) Isso é matéria para daqui a pouco.


                                                                  




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